O queijo ingressou no século XXI com uma vitalidade impressionante. Após 10 mil anos de história, esse alimento derivado do leite continua surpreendendo e ganhando milhões de adeptos todos os anos. Até mesmo países com quase nenhuma tradição na produção de queijos apresentam índices de consumo per capita crescentes, como o Japão, a China e a Coréia do Sul. É notável, também, o aumento da demanda nos países mais desenvolvidos, indicando claramente que, quanto mais se estuda as propriedades dos queijos, mais o consome.
Na França, Itália, Inglaterra, Alemanha e EUA, em 20 anos, o consumo individual aumentou em mais de 50%, chegando a números expressivos, como 27 kg por pessoa na França e 24 kg na Itália. Outro estudo interessante, divulgado recentemente pela National Dairy Council, dos EUA, que demonstra claramente uma proporção inversa entre o consumo de queijos per capita e o percentual de obesos na sociedade, como mostra o quadro abaixo:
Fontes: National Dairy Council; Ministério da Saúde (Portal da Saúde – SUS)
Traduzindo: pode-se afirmar com segurança que, em uma sociedade que consome uma quantidade significativa de queijos, o índice de obesos na população é menor e isso se justifica pelo fato do queijo natural ser um alimento completo, balanceado e com alto poder de nutrição, bastando duas pequenas porções diárias para uma boa quantidade dos nutrientes essenciais, como proteínas, vitaminas, sais minerais, cálcio e gordura. É justamente este último a causa de muitas restrições por parte de nutricionistas e médicos no Brasil, causando muita confusão na mente dos consumidores. Talvez isso explique em parte o baixo consumo per capita brasileiro, um pouco mais de 4 kg por ano.
A gordura é um nutriente indispensável na dieta dos seres humanos. Caso contrário, não estaria presente em nosso alimento básico: o leite. As gorduras fornecem a melhor fonte de energia, que pode ser liberada para o organismo paulatinamente, à medida da exigência de cada um, ajudando ainda a equilibrar as células. Como o queijo é um alimento com alto grau de digestibilidade (alguns apresentando índices de 99%), bastam pequenas porções para se obter os benefícios de suas propriedades e contribuir para uma dieta mais equilibrada e saudável. Mesmo os gregos e os franceses, campeões de consumo individual, ingerem menos de 85 gramas diárias em média.
Os argumentos que apelam para o fato do queijo possuir colesterol também não se sustentam. Uma porção de 100 gramas de Parmesão, por exemplo, tem apenas 18% do colesterol necessário diário para uma pessoa, ou seja, menos de 20% do que é preciso comer. Em termos de gorduras totais, as mesmas 100 gramas aportam apenas 32% das necessidades diárias. E sem falar que os queijos naturais não possuem carboidratos em sua fórmula e isso também derruba outro mito: o de que os queijos possuem lactose, que é o açúcar do leite. Um recente estudo do Institute of Medicine of National Academies assegura que os queijos, principalmente os mais maturados (mais de um mês de maturação) estão livres de lactose e podem ser consumidos até por pessoas com comprovada intolerância a esse carboidrato.
Outro mito muito comum é de que os queijos brancos possuem teor menor de gordura. A verdade é que a cor nada tem a ver com a quantidade de creme. O que muda a coloração é o processo de produção e a utilização de corantes naturais, como o urucum. Um dos exemplares mais brancos do mercado, a mozzarella de búfala, por exemplo, contém um dos maiores percentuais de gordura entre todos os queijos.
O importante é ter conhecimento das propriedades benéficas dos queijos e da sua enorme contribuição para uma dieta equilibrada e saudável. Lembre-se que apenas 50 gramas podem substituir um lanche ou um snack, proporcionando os nutrientes necessários até a próxima refeição. O equilíbrio é o grande segredo de uma alimentação saudável.