11, abril, 2017

Me apaixonei por cerveja artesanal, e agora?

CervejaSe você está com essa pergunta na sua cabeça, nesse momento, não se desespere! Assim como você, muitos outros vêm, cada vez mais, trocando a cerveja estupidamente gelada por sabores e aromas mais complexos e interessantes. Vem conhecer um pouco mais sobre esse movimento que vem ganhando adeptos!

A cerveja, que é a bebida alcoólica mais consumida pelos brasileiros de acordo com uma pesquisa de 2015 feita pela MeSeems, sempre nos foi apresentada como uma bebida leve, divertida, agregadora e refrescante. Quem não gosta de sentar numa sexta ou num sábado à noite com seus amigos no barzinho e pedir aquela gelada?

Gostamos de consumir cerveja e nos acostumamos a beber as marcas que chegam em toda parte do Brasil: Skol, Brahma, Antarctica, etc. Entretanto, por volta dos anos 2010, começamos a ver uma mudança no padrão do consumidor de cerveja. De repente (ou não), as pessoas começaram a falar sobre cervejas que possuíam gosto, aromas, corpo; bebidas que deveriam ser degustadas e apreciadas, ao invés de meramente “empurradas pra dentro” pra nos fazer esquecermos de nossos problemas. A cerveja começou a adquirir um status que, até pouco tempo atrás, pertencia ao vinho e as artesanais entraram na vida dos brasileiros.

Quer dizer que o movimento da cerveja artesanal só começou em 2012? Não! A bebida produzida em micro-cervejarias sempre existiu no Brasil, desde os princípios da colonização, com os alemães trazendo suas técnicas de fabricação para as novas cidades. Com o surgimento das cervejarias gigantes (Brahma, Antarctica, Schincariol e posteriormente, AB-Inbev e Brasil Kirin) em meados do século 20, vimos essa cultura quase desaparecer, mas permanecer viva no coração de quem buscava mais prazer em um gole de cerveja.

Cervejas artesanais
Cervejas artesanais (Divulgação)

Nos anos 90 vemos surgir, timidamente, algumas micro-cervejarias que começaram a ganhar público: Dado Bier (RS), Cervejaria Colorado (SP), Krug Bier (MG), Cevada Pura (SP), Baden Baden (SP), Wäls (MG), Amazon Beer (PA), etc. Elas pavimentaram o caminho (e o paladar do brasileiro) para o boom maravilhoso que vivemos hoje, com opções artesanais em diversas cidades e com muita gente começando até a produzir sua cerveja em casa!

O movimento artesanal vem ganhando cada vez mais força, impulsionado pela onda da “gourmetização”, que vem criando consumidores mais exigentes com seus produtos, e também pela mobilização de profissionais do ramo, seja lutando por leis que ajudem a alavancar esse setor, seja organizando-se em associações de cervejeiros caseiros (Acervas) que ganham cada vez mais membros.

Aos que ainda não se aventuraram neste lado da cerveja, eu os convido a experimentar e posso dizer, sem medo de me arrepender: vocês vão se apaixonar também!

Bia AdjafreBeatriz Adjafre é apreciadora dos bons drinks e das boas conversas. Desde 2016 vem estudando, de maneira informal, sobre cervejas. É cheia de opiniões, muito curiosa e ama aprender e conhecer lugares novos. Para além da cerveja, é Pesquisadora e Mestranda na Universidade Estadual do Ceará.
Colunista do Portal Sabores