14, outubro, 2014

Técnicas de degustação de cerveja

degustação cerveja 1No texto anterior falamos um pouco sobre como preparar uma degustação de cervejas. Hoje daremos continuidade ao nosso guia prático falando sobre as técnicas de degustação. Sendo assim, preparei um passo-a-passo para tornar a degustação ainda mais proveitosa.

1. Cheire a bebida!
A cerveja deve ser cheirada assim que vertida no copo, pois alguns aromas desaparecerão rapidamente. O sabor é um conjunto de sensações entre nariz e boca: quanto menos aroma, menos sabor perceberemos. Por isso, quanto mais aromas identificados, mais sensações serão agregadas ao sabor. Basta lembrar, por exemplo, que quando não queremos sentir o sabor de algum remédio, nós apertamos o nariz com os dedos.

Devemos prestar atenção ao primeiro aroma percebido, pois normalmente é o mais rico. A meta aqui é perceber os principais aromas característicos: malte, lúpulo, frutas e temperos. Não se preocupe caso não tenha percebido algo que seus amigos perceberam, ou o contrário. Como indivíduos, nossas percepções são únicas, e neste caso, são frutos da nossa memória olfativa e gustativa.

2. Observe a cerveja.
Qual é a coloração da cerveja? Clara ou escura? Seria dourada, ou tende para o âmbar, ou é negra? O liquido é transparente ou turvo? Para chegarmos a uma conclusão, o correto é colocar o copo contra a luz, de preferência com um fundo branco para melhor verificar estas questões.

E a espuma? Ela é cremosa, densa ou esparsa? Quanto menores as bolhas e mais cremosa a espuma, melhor. É persistente ou se dissolve rapidamente? A espuma é uma aliada e tanto para a cerveja, ela retem o aroma da cerveja, e evita a rápida dissipação do gás, bem como serve de escudo contra o oxigênio que compromete o sabor da cerveja.

3. Cheire a cerveja novamente.
Gire o copo novamente, isso fará que o aroma se solte outra vez. Novos aromas surgiram? Existe algum aroma que predominou sobre os demais? Quais diminuíram ou desapareceram? Percebeu notas florais? Ou será que foi caramelo? Frutas? Laranja ou banana, talvez. Condimentos? Pimenta, cravo. Algum odor desagradável? Espero que não. Lembrem-se, aromas são máquinas do tempo que podem nos transportar a situações no passado. É a chamada memória olfativa. Se deixe levar.

4. Finalmente beba a cerveja.
Não tenha pressa em engolir, antes disto distribua a cerveja por toda sua boca, para que tenha contato com toda a superfície da língua. Aqui descobriremos qual é o sabor predominante. A cerveja é doce? É salgada? É amarga? Azeda talvez? É tudo junto e misturado? Percebeu a presença do álcool, a garganta esquentou?

5. Não seja tímido, beba mais.
E então, o sabor ainda é o mesmo ou mudou? Qual a sensação na boca? É uma cerveja leve, lembrando água, ou uma cerveja encorpada? Uma garrafa já deu, ou você tomaria outras deste mesmo rótulo na sequência (drinkability)? Que sabor a cerveja deixou em sua boca? Secura? Amargor? Dulçor? Essa sensação é duradoura ou desaparece rapidamente?

6. Compare com outras cervejas.
Você gostou mais do que outras do mesmo estilo que você já experimentou?

7. Por fim, reflita.
A cerveja foi aprovada? O que mais te agradou? Essa cerveja teria lugar cativo na sua geladeira? Você recomendaria para seus amigos?

Gostaram? Vale lembrar que nada substituirá um bom curso, a pretensão aqui não é esta, queremos apenas esclarecer algumas dúvidas e incentivar as pessoas a desfrutar o melhor que a bebida tem a oferecer. No próximo texto desvendaremos alguns dos termos cervejeiros mais complicados.