Erick Jacquin, Henrique Fogaça e Paola Carosella

A tríade de chefs do programa MasterChef, sucesso de audiência da Band lançado em setembro de 2014, é, sem dúvidas, a alma do programa. Mais edição, menos edição, Erick Jacquin, Henrique Fogaça e Paola Carosella caíram nas graças do público. Com estilos e personalidades bem diferentes – o que torna a atração mais divertida -, pouca gente conhece a história pessoal de cada um deles. No nosso perfil de hoje, resolvemos contar um pouco da biografia dos três jurados do programa gastronômico: confira.

Erick Jacquin

Como nome e sotaque entregam, o jurado Erick Jacquin é francês de nascença. Tem 52 anos e é natural de Dur Sur Auron, uma pequena e tradicional cidade francesa. Nascido em 1964, desde pequeno teve uma queda pela cozinha: segundo o próprio, sempre “quis ser cozinheiro”. Passou poucos anos tendo preparação em escolas de gastronomia, pois sua formação foi eminentemente baseada na própria experiência no mercado de trabalho. Na França, trabalhou em restaurantes variados até receber, em 1995, sua primeira estrela no Guia Michelin. Tendo se encontrado no ramo da gastronomia, Erick tem fama de durão e cabeça quente na cozinha, o que faz jus à sua postura sarcástica e afiada exibida nas noites de MasterChef.

Em 1994, o então já renomado chef foi convidado com uma proposta de peso para vir trabalhar no Brasil, no restaurante Le Coq Hardy, em São Paulo (a casa fechou em 2008). Deste ponto em diante, Jacquin projetou-se no Brasil como referência em cozinha francesa. Especialista nesta vertente clássica, seus pratos são leves, elaborados visualmente e buscam trazer o apelo palativo de sua terra natal. Permaneceu quatro anos e meio no Le Coq Hardy, até sair do restaurante e partir para outros trabalhos, incluindo consultorias gastronômicas. Em 1998, exatamente no dia de seu aniversário, tornou-se o primeiro chef em atuação na América do Sul a receber o título de “Maître Cuisinier de France”, mais alta honraria da gastronomia francesa

Trabalhou por cerca de dez anos em restaurante próprio, administrado por ele e localizado também em São Paulo. A casa, como de praxe especializada na gastronomia da França, chamava-se La Brasserie. Infelizmente, esta fechou também em 2013, o que parece ter desmotivado bastante Jacquin a empreender novamente. Deste então, tem trabalhado apenas como chef de cozinha: hoje atua no Tartar&Co, localizado em Pinheiros (especializado em tartares de carne de boi, atum e salmão), e no Le Bife, estabelecimento baseado no conceito de “bistromania”.

Além do MasterChef, está participando de filmagens de um novo reality show, também realizado pela Band, chamado Pesadelo na Cozinha. Baseado em programa estrangeiro apresentado pelo também chef Gordom Ramsay, a atração trará Jacquin tentando salvar restaurantes que estão à beira da falência. 

Henrique Fogaça

O mais novo e único brasileiro entre os três jurados, Henrique Fogaça é natural de Piracicaba, no interior da grande São Paulo. Tem 42 anos. Com o corpo repleto de tatuagens que, segundo ele, “contam sua história” e narram momentos da própria vida, é também vocalista de uma banda de hard rock chamada “Oitão”. Fogaça tem uma visão bem particular da cozinha e gastronomia: acredita que a comida não pode ser cara e nem a alimentação virar um “artigo de luxo”. A perspectiva diferenciada resultou na criação do projeto Mercado Feira Gastronômica, em parceria com o colega Checho Gonzales, que operou de 2012 a 2015 comercializando comidas preparadas em grandes restaurantes a preços mais convidativos. Também adora lutar Muay Thai.

Com 23 anos, veio do interior do estado para a capital, tendo a meta de estabelecer-se. Largou a faculdade de Arquitetura pela de Comércio Exterior, que também não concluiu. Passou alguns anos trabalhando como bancário e, nessa época, não sabia muito sobre cozinha. A paixão viria brotar um pouco mais tarde. Insatisfeito com a qualidade da própria alimentação rotineira, Fogaça passou a pedir algumas receitas e dicas para a mãe, o que o fez começar a preparar comidas mais elaboradas. Foi ganhando tanto apreço gosto pela coisa que decidiu, impulsionado pela genitora, largar o que fazia e prestar vestibular para Gastronomia pelas Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU). 

Daí em diante, abandonou também o antigo emprego no então Banco Real (hoje Santander) e outros projetos e se dedicou integralmente às novas veredas da gastronomia. Começou vendendo hambúrgueres com dois parceiros em uma kombi pelas ruas de São Paulo. O negócio durou apenas sete meses. Depois desse episódio, estagiou no D.O.M., do prestigiado chef brasileiro Alex Atala, um dos restaurantes mais premiados do planeta. Depois do estágio, Fogaça partiu para mais um projeto, dessa vez levando um café em uma pequena galeria de arte: o estabelecimento ganhou o nome de Sal. 

Hoje é dono do restaurante Sal Gastronomia, especializado em carnes, e do Bar Cão Véio, um gastropub especializado em comidas simples e fartas, para quem quer comer e beber bem. Tem participação como sócio no restaurante Jamile, que traz receitas brasileiras e italianas com um toque contemporâneo. Fogaça é famoso por trabalhar muito bem com carne de porco, o que lhe rendeu prêmio pela Paladar, do Estado de São Paulo, além, claro, de outras premiações variadas, como “Chef Revelação” pela Veja Comer & Beber de SP.

Paola Carosella

Talvez a mais querida entre os três jurados do programa, Paola Carosella é argentina, natural de Buenos Aires. Tem 44 anos. Filha de pai italiano e mãe argentina, a história da separação dos pais e o distanciamento familiar marcaram muito sua vida e o modo como se envolveu com a cozinha. Se Carosella é a jurada mais empática do programa, e tende a se emocionar mais que os parceiros “durões” Fogaça e Jacquin, talvez seu jeito mais afável seja reflexo dos seus duros primeiros anos de vida. A separação dos pais deu-se aos dois anos de idade e, além disso, a relação com a mãe foi marcada pela ausência.

Na infância, passava muito tempo em casa, sozinha, já que a mãe tinha dois empregos e sofria de crises de depressão esporádicas. Por conta disso, distraía-se assistindo e imitando programas culinários na TV, o que a fez “pegar o gosto” pela cozinha. Paola sempre lembra em entrevistas, com tristeza, de quando a mãe foi sequestrada na época do regime militar argentino. Durante o episódio, tinha o costume de cozinhar e aprontar a mesa, esperando que a mãe retornasse em vão.

Da infância à idade adulta, conseguiu o primeiro emprego aos 18 anos, já anunciando que seguiria carreira na área. Depois dos 20, realizou estágios na França, onde sofreu muito pela barreira linguística e pelo assédio e preconceito por ser mulher num país onde a cozinha sempre foi amplamente dominada pelos homens.

Também teve passagens por Nova York, até vir para São Paulo, onde trabalhou no restaurante paulistano Figueira Rubaiyat. Antes disso, chegou a trabalhar por um tempo com o famoso chef argentino Francis Mallmann. Depois que o seu contrato com o Figueira Rubaiyat acabou, Paola vendeu os bens que tinha na Argentina, reuniu as finanças e se estabeleceu de vez no Brasil. O primeiro restaurante, Julia Cocina, não deu certo por conta de divergências entre os sócios. Depois de uma viagem pela América Latina, onde recebeu inspirações variadas, abriu o atual restaurante, Arturito.

Além de sua marca principal, o Arturito, Carosella também é sócia do La Guapa Empadas Artesanais e Café, em São Paulo, pequeno café de empadas e doces latinos artesanais. Já o Arturito é influenciado pela cozinha clássica do Mediterrâneo. Atualmente, está escrevendo um livro de receitas, que pretende lançar em breve.