A lenda do café
Não há evidência real sobre a descoberta do café, mas há muitas lendas que relatam sua possível origem. Uma das mais aceitas e divulgadas é a do pastor Kaldi, que viveu na Etiópia, há cerca de mil anos. Ela conta que Kaldi, observando suas cabras, notou que elas ficavam alegres e saltitantes e que esta energia extra se evidenciava sempre que mastigavam os frutos de coloração amarelo-avermelhada dos arbustos existentes em alguns campos de pastoreio. O pastor notou que as frutas eram fonte de alegria e motivação, e somente com a ajuda delas o rebanho conseguia caminhar por vários quilômetros por subidas infindáveis.
Kaldi comentou sobre o comportamento dos animais a um monge da região, que decidiu experimentar o poder dos frutos. O monge apanhou um pouco das frutas e levou consigo até o monastério. Ele começou a utilizar os frutos na forma de infusão, percebendo que a bebida o ajudava a resistir ao sono enquanto orava ou em suas longas horas de leitura do breviário. Esta descoberta se espalhou rapidamente entre os monastérios, criando uma demanda pela bebida. As evidências mostram que o café foi cultivado pela primeira vez em monastérios islâmicos no Yemen.
Algumas formas de consumo do café no mundo
O café é, ao lado da cerveja, a bebida mais popular do planeta.
Apesar da preferência, as suas formas de consumo são tão diversas que podem fazer com que o consumidor mais desavisado tenha grandes surpresas.
Veja como o café é consumido em alguns lugares do mundo:
• França: o produto, muitas vezes, é bebido juntamente com chicória;
• Áustria: pode-se beber o produto juntamente com figos secos, sendo que em Viena, a capital do país, é uma tradição o oferecimento de bolos e doces para acompanhar o café com chantilly;
• África e Oriente Médio: é comum acentuar o sabor do café com algumas especiarias, tais como canela e cardomomo, alho ou gengibre;
• Bélgica: o produto é servido com um pequeno pedaço de chocolate, colocado no interior da xícara, que se derrete quando entra em contato com o café;
• Itália: a preferência é pelo café expresso servido em xícaras pequenas;
• Grécia: o café é acompanhado por um copo de água gelada;
• Cuba: o café é consumido forte e adoçado, e em um só gole;
• Sul da Índia: o café é misturado com açúcar e leite e servido com doces;
• Alemanha: em algumas regiões é servido com leite condensado ou chantilly;
• Suíça: adiciona-se ao café um licor, o “kirsch”;
• México: em muitos lugares, o café é oferecido gratuitamente e pode ser consumido em grandes quantidades. O chamado café americano, como é conhecido no México, é o mais consumido e é uma cópia do que se bebia até poucos anos nos Estados Unidos: aguado e com pouco sabor.
São inúmeras as propriedades do café, eu inclusive aprecio muito, gosto do meu amargo, sem açúcar e sem adoçante. Estive na Suíça e tive oportunidade de degustar um expresso na Confiserie Eichenberger em Berna, próximo da Einsteinhaus… Simplesmente fantástico!
Sobre os benefícios do cafezinho, já é bem definido o seu poder na disposição física, na performance em atletas e como fator de proteção do diabetes. Além disso, um estudo na Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos, descobriu que a substância tem mais uma propriedade: melhoria da memória. Aproximadamente 2 xícaras por dia já contribuem para esse proposito, mas devemos ter cuidado com o excesso que pode desencadear insônia, aumento na pressão e taquicardia.
Para ajudá-los a dosarem as doses de café por dia, coloquei essa tabelinha que orienta o consumo por faixa etária, segundo o Ministério da Agricultura & Embrapa (Café e Saúde Humana, 2003). É importante ressaltar que é aconselhado o consumo até as 16h para não atrapalhar no sono.
Doses diárias para consumo moderado de café
Sensibilidade à cafeína
Muitas pessoas desconhecem, mas existem indivíduos que tem intolerâncias ou sensibilidade de origem genética relacionadas à cafeína.
Investigadores descobriram recentemente um “gene que reduz a velocidade do metabolismo”, sendo que os indivíduos que apresentam este gene eliminam a cafeína mais lentamente. Um estudo recente mostrou que, nos indivíduos com esta característica, o consumo de café está associado ao aumento do risco de enfarte do miocárdio, sugerindo que a cafeína pode desempenhar um papel nesta associação para quem tem essa intolerância ou sensibilidade.
Hoje em Fortaleza é possível fazer o exame para se determinar esta intolerância ou sensibilidade, conhecido como GENODIET. Eu disponibilizo o teste em meu consultório para os pacientes mais criteriosos, que desejam fazer essa investigação. Este é um teste muito importante para prevenção das cardiopatias do público em geral, mas principalmente em jovens que tem o hábito de usar termogênicos, como em adultos, que exageram no cafezinho.
Autor: Raquel Pessoa
Autor: Raquel Pessoa
Autor: Raquel Pessoa