11, fevereiro, 2014

Vinhos para o verão

Vinho rosé
Vinho rosé

Com as altas temperaturas do verão nordestino e as propostas gastronômicas centradas em peixes e frutos do mar, típicas dos restaurantes da orla de Fortaleza, surgem como excelente opção de consumo os vinhos mais leves, espumantes, brancos e rosés.

Geralmente relegados como segunda opção, perdendo tradicionalmente pelos vinhos tintos, apresenta-se nesta época a ocasião para que estes vinhos mais leves se tornem protagonistas.

Em muitos casos são os turistas os primeiros a optarem por trocar o tinto pelo mais apropriado branco. Podemos perceber isso, sobretudo nas praias onde tem crescido muito o consumo de vinho. Acredito que o surgimento de barracas com proposta gastronômica diferenciada, serviço primoroso, instalações mais modernas e proliferação de festas noturnas, tenha influenciado na migração do consumo da popular cervejinha para o vinho e, sobretudo para o espumante.

Um vinho que gosto de recomendar é o rosé, vinho que caiu no ostracismo devido a certos péssimos exemplares que se vendiam por aqui há alguns anos, mas que agora esta vivendo uma nova fase de afirmação, tanto em Fortaleza como no resto do mundo.

Mas qual rosé escolher? Existem vários e precisamos conhecer um pouco mais a respeito. O rosé é um vinho feito a partir de uvas tintas que, depois da prensagem, ficaram algumas horas em contato com a casca da qual extraíram parcialmente a cor, após este curto período as cascas foram retiradas e, a partir daí, o vinho foi tratado exatamente como se faz com um branco.

Tradicionalmente os rosés da América Latina são bastante encorpados e sua cor é de uma tonalidade mais intensa. Na Argentina, a uva base é o Malbec, isso faz do rosé de lá um vinho bastante estruturado, muito aromático com toques florais e frutados; já no Chile a base geralmente é o varietal Syrah, igualmente frutado, com toque de especiarias e de cor rosa intenso; ambos estes vinhos costumam ser encorpados, bastante alcoólicos e de características não muito distante do vinho tinto.

Já os rosés europeus são mais elegantes. A cor rosa tênue deixa transparecer a delicadeza, muitas vezes acompanhada de certa salinidade mineral que realça o caráter gastronômico.

Minha paixão são os rosés franceses. A França é o maior produtor mundial do vinho desta cor, existem regiões, como a Provence, totalmente devotadas à produção de rosé.

Os vinhos classificados como AOC Provence, Cotes de Provence e outras denominações que trazem a descrição Provence são produzidos com muito esmero e cuidado, geralmente a partir de Blend de uvas das castas Cinsault e Grenache.

Justamente a Grenache é responsável pelo caráter peculiar destes vinhos, delicados, leves, mas de grande personalidade. A mineralidade típica presente no terroir desta região do Midi Francês torna seus vinhos excepcionais companheiros de uma caldeirada de frutos do mar; uma peixada acompanhada com um bom Rosé de Provence se torna algo inesquecível, saladas variadas, lagostas, peixes ao molho de tomate, estas são algumas das melhores harmonizações possíveis com estes vinhos de cor rosa tênue, às vezes lembrando a casca da cebola. Frios e queijos de búfala ficam excelentes também.

Enfim é um mundo novo a ser descoberto, um prazer para o qual vale a pena sacrificarmos um pouco mais, pois estes vinhos, embora não possam ser considerados caros, entorno de R$ 100,00 nas melhores lojas de vinho de Fortaleza, se posicionam um pouco acima da faixa de preço dos da mesma cor da América latina, mas valem muito mais a pena.

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